Cap 1, em adamento. Pt. 1.
Eu estava exausta, tive um dia muito longo subindo e descendo escadas, sorrindo genericamente como a barbie e ouvindo o programa de rádio com as musicas mais bregas e toscas possíveis o dia todo. Minha mãe me ligava sempre que podia pra perguntar como eu estava, essa era a forma dela de dizer que estavá com saudades de mim, tanto quanto eu estava dela. O ùnico consolo pra mim aqui nessa cidade era o meu mais novo melhor amigo: Fábio. Ou, como todos o conhecem: Pe. Fábio De Melo. Nos conhecemos por acaso, em uma livraria, quando acidentalmente nossas mãos tocaram o mesmo livro, e nós tivemos um contato físico. Ele é adoravél e extremamente bem-humorado.
É o tipo de pessoa que devia existir mais neste mundo. Fábio além de ser inteligente, sabe muito bem escutar e aconselhar e sempre que tive minhas crises existenciais pude contar com seu ombro amigo.
As minhas poucas amigas que deixei na minha cidade, me perguntam como não me apaixonei por Fábio, já que ele é tão bonito. Sim, de fato elas tem razão, Fábio é muito bonito. Ainda mais pessoalmente do que na TV. Mas a minha resposta pra elas era que sua beleza pra mim não importava, seu coração era maior que isso.
Fábio sabia disso, sempre me agradeceu pelo carinho e lembro que bem quando eu disse isso a ele, ele me fez rir alto com uma frase um tanto polemica para a mulher que não entende bem uma piada e confunde com outra coisa: ”Se eu tivesse de me apaixonar; seria por você. É linda, jovem, inteligente... E ri das minhas piadas ruins.” Lembro bem a expressão de expectativa e medo dele esperando minha reação.
E foi rir, bem alto. Igual uma gralha. Fábio é um Padre, e por isso eu jamais o olharia com outros olhos também, pois a cada vez que vejo uma missa ou até mesmo seu programa, sei o quanto essa é a sua vocação. Uma das coisas que me chocaram foi quando o ouvi dizer que já pensou em largar a Batina e que este pensamento tinha o atormentado bem nas suas crises de ansiedade causadas pela sua Síndrome do Panico.
Eu busquei compreender lá no meu fundo, mas não consegui, então fiquei calada e optei por respeita-lo acima de qualquer decisão futura. Se esse for o caminho que ele quer seguir, se sua vocação o direcionar por outro caminho; basta apoiar.
E foi isso que disse a ele. Que ele contasse comigo sempre, sempre mesmo.
Ele disse que comigo era a mesma coisa, isso me fez sorrir. E admirá-lo cada vez mais.
Eu estou deitada, pensando em tudo isso. Cada milímetro do meu corpo esta meio dolorido. Minhas pernas estão fracas, devido a tantas e tantas subidas e decidas naquela maldita escada... Mas o sono não faz questão de aparecer. Imagino que passarei o dia inteiro com os olhos injetados de sono, feito um zumbi, igual a aqueles do Thriller.
Respiro fundo e resolvo pegar o telefone celular, ver as redes sociais seria uma ótima forma de não pensar demais ao ponto de criar as tipicas paranoias. Aquelas que sempre nos acompanha nessas horas. Abri no mensageiro, estava repleto de mensagens. Mãe, ex-namorado que virou um grande amigo, minha colega de faculdade e o Fábio, a uns cinco minutos atrás perguntando se eu já estava a dormir. Sorri para a tela e escolhi reponde-lo antes de todo mundo, já que sua mensagem era a mais recente.
"Não. Está tudo bem?" Perguntei e vi que ele estava online. O status de online na barra mudou para "digitando" e recebi uma resposta dele.
"Estou bem sim, e você? Não estou incomodando?"
"Não, jamais me incomodaria. E que bom que está bem! O que faz acordado a essa hora, Fábio?" - Respondi, uns cinco minutos depois. Depois de ter respondido metade das mensagens de meus contatos.
"Estou sem sono e infelizmente tenho que acordar cedo amanhã. Ou hoje, tanto faz." - Respondeu.
"Sei bem como é. Também estou na mesma. :(" - Respondi.
"Tá com fome? Se estiver nós podemos ir a aquele restaurante 24h que você adora." - Ele perguntou, me fazendo uma surpresa agradável. Meu corpo dói, estou exausta, mas jamais recusaria um pedido dele. Eu lembro quando eu fazia esses pedidos "fora de hora" e ele sempre exausto ia só para comermos e conversamos sobre como havia sido nosso dia.
Sorri para a tela, me preparando para responde-lo.
"Fome muita não. Mas quero saber como foi teu dia pessoalmente. Então, se topar... Eu topo. :)". - Respondi.
Cinco minutos depois vi sua resposta:
"E eu topo. :) Também quero saber como foi seu dia. Que horas eu passo aí?" - Olhei para o relógio, são exatas 2:05 da manhã. Tarde pra dedéu, já começava a imaginar como minha cara estaria mais tarde.
"Hum... Daqui a dez minutos, que tal?" - Perguntei, já me espreguiçando pronta pra levantar.
"Ótimo. Então até logo. :D"
"Até logo. :)"
- x -
O carro dele já tinha encostado. O elevador parecia querer me desmoralizar, colocando-me a fama de atrasada como sempre. Assim que desci, recebi o abraço mais acolhedor de todos e a benção dele. Isso me fez lembrar de mamãe.
- Posso perguntar como foi seu dia agora ou essa pergunta só está liberada quando chegarmos lá? - Brinquei assim que entrei no carro. Vi Fábio revirar os olhos e rir, divertindo-se.
- Chatonilda. Só por causa disso, só tens o direito de me perguntar isso quando chegarmos lá. - Respondeu, brevemente desviando o olhar do caminho esperando minha reação.
Eu ri, era esse o nível de brincadeiras entre nós dois. Sempre as mais idiotas possíveis.
- Chatonilda - Imitei sua voz, o que ficou ridículo e o fez soltar a melhor gargalhada do mundo. Era como o céu vê-lo assim, rindo, apesar de tudo o que acontecia com ele. - Ninguém fala essa palavra a séculos, sabia? Só você.
- Está me chamando de velho, é? - Ironizou. - Que ousada! Atrevida!
- Eu nem disse isso, mas já que a carapulsa lhe serviu...
- x -
- Agora falando sério, como foi seu dia? - Perguntei, encarando-o. Um leve e educado sorriso formou-se em seus lábios.
- Corrido, cansativo, cheio do calor. Assinei alguns contratos e dou graças por não ter nenhum show em minha agenda hoje. - Respondeu-me sincero. Ele parece mesmo cansado. - Diga-me, como foi seu dia? Não quero ser o ùnico reclamão aqui. - Riu, fitando-me. Esperando minha resposta.
- Estou morta. O elevador daquele maldito escritório quebrou e eu tive que passar o dia todo atolada de caixas, papéis e o almoço do chefe subindo e descendo naqueles malditos degrais. Sem contar que sorri falsamente o dia todo também.
Fábio arqueeou as sombracelhas.
- Seu dia foi pior que o meu.
- Não, acho que empatamos.
- Não vais comer, dondoca?
- Não estou com tanta fome assim. Peça o que quiser para nós.
- Quero algo gorduroso hoje. Só pra comemorar essa exautão toda. - Riu.
- Mas olha, logo você que adora policiar o que eu gosto de comer... Entrando no clube da gordura. - Ironizei.
- Não. É só hoje, você faz isso direto.
- Tá bom. - Revirei os olhos, brincando. Eu odiava e ao mesmo tempo adorava o jeito dele policiar a comida alheia. Essa era a ousadia que eu jamais teria.
- Então, que tal Risoles, hum? - Perguntou, seus olhos possuiam um leve brilho. Ele adora Risoles, não importa aonde estivermos, ele sempre vai pedir por Risoles.
- Só Risoles? - Lançei, Fábio riu baixinho.
- Coca. Risoles e Coca. -
Completou. Foi minha vez de sorrir.
- Aí sim.
- x -
Eu como não estava com tanta fome nem comi tanto. Já Fabinho parecia um refugiado da África, morto de fome e ainda ousou falar de mim.
- Vamos para casa ou andar por aí? - Perguntei, eu sabia que iriamos andar por aí mas... Não custava nada perguntar.
- Andar por aí, Senhorita. - Sorriu. - Não podemos ser assaltados aqui, um bandido não me assaltaria. - Riu, fitando-me.
- Sabia que isso é abuso de autoridade, Senhor Padre? - Ironizei e ele gargalhou. - Podia te denunciar por abuso do poder investido a você.
- Sou autoridade? Novidade para mim. - Olhou-me mais uma vez, com o mesmo sorrisinho ciníco no rosto.
- Bem, a mamãe sempre disse para mim que Padres tem mais autoridade que um prefeito e até mesmo um juíz. - Respondi, também fitando-o.
- Digamos que ela está errada em algumas partes.
- Ah, mas mesmo assim é. - Descontinuei a conversa. Andavamos bem devagarinho pelo estacionamento. O vento era frio, fazendo os pelos do meu braço arrepiarem. Quando saí não estava tão frio assim, então não ví a necessidade de levar um casaco comigo.
- Está com frio. - A voz doce e profunda de Fábio me destanciou de meus pensamentos. - Quer meu casaco? - Ofereceu, ele é tão doce. Será que ele tinha idéia disso?
- Não, eu estou bem.
- Tem certeza? Está arrepiada, esse vento frio pode até lhe causar um resfriado. - Fábio insinuou tirar o casaco e eu o interrompi.
- Pare de ser legal, está me deixando mal acostumada. Juro que estou bem e não vou ficar resfriada. - Sorri, tentando passar confiança para ele de que estava tudo bem.
- Então tá, madame. Se a senhorita prefere assim... - Ele sorriu, arqueando levemente as sombrancelhas.
Chegamos ao carro dele. Foi tão devagar para chegarmos que o cansaço e o sono já estavam me esperando na porta do condomínio. Fábio e eu conversavamos sobre irmos em uma livraria quando ele e eu ficassemos mais relaxados e descançados, eu adorei a idéia.
- Então, é isto. Nós chegamos. Posso te ligar amanhã? - Perguntou assim que desligou o carro, virando-se rapidamente para mim. Podia ver mesmo naquele escurinho, iluminado pelas poucas luzes dos postes um sorrisinho de canto forma-se em seus lábios.
- Claro. Sabe bem que pode. - Também sorri. - Agora... Eu vou dormir. Boa noite. - Aproximei de Fábio, depositando um leve beijo em sua bochecha.
- Boa noite, Nina. - Pude ouvir ele falar assim que saí de seu carro. Dei um leve sorriso, acenei e entrei. Subi o elevador morta de sono, tanto que assim que cheguei dormi com a roupa que estava vestida.
É o tipo de pessoa que devia existir mais neste mundo. Fábio além de ser inteligente, sabe muito bem escutar e aconselhar e sempre que tive minhas crises existenciais pude contar com seu ombro amigo.
As minhas poucas amigas que deixei na minha cidade, me perguntam como não me apaixonei por Fábio, já que ele é tão bonito. Sim, de fato elas tem razão, Fábio é muito bonito. Ainda mais pessoalmente do que na TV. Mas a minha resposta pra elas era que sua beleza pra mim não importava, seu coração era maior que isso.
Fábio sabia disso, sempre me agradeceu pelo carinho e lembro que bem quando eu disse isso a ele, ele me fez rir alto com uma frase um tanto polemica para a mulher que não entende bem uma piada e confunde com outra coisa: ”Se eu tivesse de me apaixonar; seria por você. É linda, jovem, inteligente... E ri das minhas piadas ruins.” Lembro bem a expressão de expectativa e medo dele esperando minha reação.
E foi rir, bem alto. Igual uma gralha. Fábio é um Padre, e por isso eu jamais o olharia com outros olhos também, pois a cada vez que vejo uma missa ou até mesmo seu programa, sei o quanto essa é a sua vocação. Uma das coisas que me chocaram foi quando o ouvi dizer que já pensou em largar a Batina e que este pensamento tinha o atormentado bem nas suas crises de ansiedade causadas pela sua Síndrome do Panico.
Eu busquei compreender lá no meu fundo, mas não consegui, então fiquei calada e optei por respeita-lo acima de qualquer decisão futura. Se esse for o caminho que ele quer seguir, se sua vocação o direcionar por outro caminho; basta apoiar.
E foi isso que disse a ele. Que ele contasse comigo sempre, sempre mesmo.
Ele disse que comigo era a mesma coisa, isso me fez sorrir. E admirá-lo cada vez mais.
Eu estou deitada, pensando em tudo isso. Cada milímetro do meu corpo esta meio dolorido. Minhas pernas estão fracas, devido a tantas e tantas subidas e decidas naquela maldita escada... Mas o sono não faz questão de aparecer. Imagino que passarei o dia inteiro com os olhos injetados de sono, feito um zumbi, igual a aqueles do Thriller.
Respiro fundo e resolvo pegar o telefone celular, ver as redes sociais seria uma ótima forma de não pensar demais ao ponto de criar as tipicas paranoias. Aquelas que sempre nos acompanha nessas horas. Abri no mensageiro, estava repleto de mensagens. Mãe, ex-namorado que virou um grande amigo, minha colega de faculdade e o Fábio, a uns cinco minutos atrás perguntando se eu já estava a dormir. Sorri para a tela e escolhi reponde-lo antes de todo mundo, já que sua mensagem era a mais recente.
"Não. Está tudo bem?" Perguntei e vi que ele estava online. O status de online na barra mudou para "digitando" e recebi uma resposta dele.
"Estou bem sim, e você? Não estou incomodando?"
"Não, jamais me incomodaria. E que bom que está bem! O que faz acordado a essa hora, Fábio?" - Respondi, uns cinco minutos depois. Depois de ter respondido metade das mensagens de meus contatos.
"Estou sem sono e infelizmente tenho que acordar cedo amanhã. Ou hoje, tanto faz." - Respondeu.
"Sei bem como é. Também estou na mesma. :(" - Respondi.
"Tá com fome? Se estiver nós podemos ir a aquele restaurante 24h que você adora." - Ele perguntou, me fazendo uma surpresa agradável. Meu corpo dói, estou exausta, mas jamais recusaria um pedido dele. Eu lembro quando eu fazia esses pedidos "fora de hora" e ele sempre exausto ia só para comermos e conversamos sobre como havia sido nosso dia.
Sorri para a tela, me preparando para responde-lo.
"Fome muita não. Mas quero saber como foi teu dia pessoalmente. Então, se topar... Eu topo. :)". - Respondi.
Cinco minutos depois vi sua resposta:
"E eu topo. :) Também quero saber como foi seu dia. Que horas eu passo aí?" - Olhei para o relógio, são exatas 2:05 da manhã. Tarde pra dedéu, já começava a imaginar como minha cara estaria mais tarde.
"Hum... Daqui a dez minutos, que tal?" - Perguntei, já me espreguiçando pronta pra levantar.
"Ótimo. Então até logo. :D"
"Até logo. :)"
- x -
O carro dele já tinha encostado. O elevador parecia querer me desmoralizar, colocando-me a fama de atrasada como sempre. Assim que desci, recebi o abraço mais acolhedor de todos e a benção dele. Isso me fez lembrar de mamãe.
- Posso perguntar como foi seu dia agora ou essa pergunta só está liberada quando chegarmos lá? - Brinquei assim que entrei no carro. Vi Fábio revirar os olhos e rir, divertindo-se.
- Chatonilda. Só por causa disso, só tens o direito de me perguntar isso quando chegarmos lá. - Respondeu, brevemente desviando o olhar do caminho esperando minha reação.
Eu ri, era esse o nível de brincadeiras entre nós dois. Sempre as mais idiotas possíveis.
- Chatonilda - Imitei sua voz, o que ficou ridículo e o fez soltar a melhor gargalhada do mundo. Era como o céu vê-lo assim, rindo, apesar de tudo o que acontecia com ele. - Ninguém fala essa palavra a séculos, sabia? Só você.
- Está me chamando de velho, é? - Ironizou. - Que ousada! Atrevida!
- Eu nem disse isso, mas já que a carapulsa lhe serviu...
- x -
- Agora falando sério, como foi seu dia? - Perguntei, encarando-o. Um leve e educado sorriso formou-se em seus lábios.
- Corrido, cansativo, cheio do calor. Assinei alguns contratos e dou graças por não ter nenhum show em minha agenda hoje. - Respondeu-me sincero. Ele parece mesmo cansado. - Diga-me, como foi seu dia? Não quero ser o ùnico reclamão aqui. - Riu, fitando-me. Esperando minha resposta.
- Estou morta. O elevador daquele maldito escritório quebrou e eu tive que passar o dia todo atolada de caixas, papéis e o almoço do chefe subindo e descendo naqueles malditos degrais. Sem contar que sorri falsamente o dia todo também.
Fábio arqueeou as sombracelhas.
- Seu dia foi pior que o meu.
- Não, acho que empatamos.
- Não vais comer, dondoca?
- Não estou com tanta fome assim. Peça o que quiser para nós.
- Quero algo gorduroso hoje. Só pra comemorar essa exautão toda. - Riu.
- Mas olha, logo você que adora policiar o que eu gosto de comer... Entrando no clube da gordura. - Ironizei.
- Não. É só hoje, você faz isso direto.
- Tá bom. - Revirei os olhos, brincando. Eu odiava e ao mesmo tempo adorava o jeito dele policiar a comida alheia. Essa era a ousadia que eu jamais teria.
- Então, que tal Risoles, hum? - Perguntou, seus olhos possuiam um leve brilho. Ele adora Risoles, não importa aonde estivermos, ele sempre vai pedir por Risoles.
- Só Risoles? - Lançei, Fábio riu baixinho.
- Coca. Risoles e Coca. -
Completou. Foi minha vez de sorrir.
- Aí sim.
- x -
Eu como não estava com tanta fome nem comi tanto. Já Fabinho parecia um refugiado da África, morto de fome e ainda ousou falar de mim.
- Vamos para casa ou andar por aí? - Perguntei, eu sabia que iriamos andar por aí mas... Não custava nada perguntar.
- Andar por aí, Senhorita. - Sorriu. - Não podemos ser assaltados aqui, um bandido não me assaltaria. - Riu, fitando-me.
- Sabia que isso é abuso de autoridade, Senhor Padre? - Ironizei e ele gargalhou. - Podia te denunciar por abuso do poder investido a você.
- Sou autoridade? Novidade para mim. - Olhou-me mais uma vez, com o mesmo sorrisinho ciníco no rosto.
- Bem, a mamãe sempre disse para mim que Padres tem mais autoridade que um prefeito e até mesmo um juíz. - Respondi, também fitando-o.
- Digamos que ela está errada em algumas partes.
- Ah, mas mesmo assim é. - Descontinuei a conversa. Andavamos bem devagarinho pelo estacionamento. O vento era frio, fazendo os pelos do meu braço arrepiarem. Quando saí não estava tão frio assim, então não ví a necessidade de levar um casaco comigo.
- Está com frio. - A voz doce e profunda de Fábio me destanciou de meus pensamentos. - Quer meu casaco? - Ofereceu, ele é tão doce. Será que ele tinha idéia disso?
- Não, eu estou bem.
- Tem certeza? Está arrepiada, esse vento frio pode até lhe causar um resfriado. - Fábio insinuou tirar o casaco e eu o interrompi.
- Pare de ser legal, está me deixando mal acostumada. Juro que estou bem e não vou ficar resfriada. - Sorri, tentando passar confiança para ele de que estava tudo bem.
- Então tá, madame. Se a senhorita prefere assim... - Ele sorriu, arqueando levemente as sombrancelhas.
Chegamos ao carro dele. Foi tão devagar para chegarmos que o cansaço e o sono já estavam me esperando na porta do condomínio. Fábio e eu conversavamos sobre irmos em uma livraria quando ele e eu ficassemos mais relaxados e descançados, eu adorei a idéia.
- Então, é isto. Nós chegamos. Posso te ligar amanhã? - Perguntou assim que desligou o carro, virando-se rapidamente para mim. Podia ver mesmo naquele escurinho, iluminado pelas poucas luzes dos postes um sorrisinho de canto forma-se em seus lábios.
- Claro. Sabe bem que pode. - Também sorri. - Agora... Eu vou dormir. Boa noite. - Aproximei de Fábio, depositando um leve beijo em sua bochecha.
- Boa noite, Nina. - Pude ouvir ele falar assim que saí de seu carro. Dei um leve sorriso, acenei e entrei. Subi o elevador morta de sono, tanto que assim que cheguei dormi com a roupa que estava vestida.
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